História de Itu

Um breve resumo

Itu, situada no estado de São Paulo, Brasil, é um município que faz parte da Região Metropolitana de Sorocaba, da Mesorregião Macro Metropolitana Paulista e da Microrregião de Sorocaba. Geograficamente, está localizada a uma latitude de 23º15’51” sul e uma longitude de 47º17’57” oeste, com uma altitude de 583 metros.

Em 2019, sua população foi estimada em 173.939 habitantes, sendo predominantemente composta por descendentes de imigrantes portugueses, italianos, japoneses, bem como migrantes de outras partes do Brasil, especialmente do Nordeste, além da significativa presença de migrantes do estado do Paraná.

Historicamente, Itu já foi o município mais próspero de São Paulo, notabilizando-se por ser o lar de diversos “barões do café” e autoridades de destaque no país. Desempenhou um papel importante no desenrolar dos eventos que culminaram na proclamação da República do Brasil em 1889. Em 2010, a cidade comemorou seu quarto centenário. No contexto demográfico, Itu é o 47° município mais populoso do estado de São Paulo e o 153° em todo o Brasil, e na Região Metropolitana de Sorocaba, ocupa o segundo lugar em tamanho, ficando atrás apenas de Sorocaba.

Um aspecto famoso de Itu é a excentricidade de seus objetos de tamanho exagerado, uma reputação estabelecida pelo comediante Francisco Flaviano de Almeida, conhecido como o famoso Simplício.

Toponímia

Segundo Silveira Bueno, "Itu" procede do termo tupi Utu-Guaçu (cachoeira grande). Eduardo de Almeida Navarro diz que o topônimo procede do tupi ytu (cachoeira)[5].

No ano de 1657, recebeu o status de vila, com o direito de possuir uma câmara municipal, e esse período marcou o início da construção de um novo templo religioso. Durante quase um século (de 1657 a 1750), a Vila de Itu permaneceu como um pequeno núcleo, composto por menos de 100 casas, concentradas principalmente no pátio da antiga Matriz e ao longo de uma única rua que ligava o pátio à capelinha do povoado original.

Muitas das casas, especialmente aquelas localizadas no pátio, pertenciam a fazendeiros. Com o aumento da escravatura e da produção agrícola nas fazendas, seus proprietários colaboraram na construção de dois conventos na Vila: o Convento de São Francisco (1692) e o Convento do Carmo (1719).

Comerciantes também construíram uma capela em 1726, a Capela de Santa Rita, em uma área ainda desocupada, que foi inaugurada em 1728. Por volta de 1760, já existiam cerca de 105 casas e uma nova rua, denominada Rua da Palma (atual Rua dos Andradas).

Período Colonial

No ano de 1604, os bandeirantes receberam concessões de sesmaria para ocupar as terras dos campos do Pirapitingui. O marco fundamental na formação da cidade de Itu ocorreu em 1610, quando foi erguida uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Candelária, no local que hoje é ocupado pela Igreja do Senhor Bom Jesus.

Essa capela foi construída por Domingos Fernandes, um bandeirante, e seu genro, Cristóvão Diniz. O dia 2 de fevereiro foi adotado como a data de aniversário de Itu, por coincidir com o dia de Nossa Senhora da Candelária, em torno da qual o povoado começou a se desenvolver.

Os colonos portugueses estabeleceram-se na região em 1610, resultando na criação de uma freguesia em 1653. Posteriormente, em 1653, essa freguesia foi elevada à condição de Santana do Parnaíba.

Nesse período, Itu firmou-se como um centro comercial na rota entre o sul do país e as regiões de mineração de Mato Grosso e Goiás. A maioria das casas na vila eram pequenas e habitadas por pessoas com poucos recursos.

Mais adiante, em 1776, com o crescimento das plantações de cana-de-açúcar e algodão, a Vila expandiu-se para cerca de 180 casas, mantendo as mesmas ruas anteriores.

A vitalidade da localidade foi proporcionada por artesãos, como sapateiros, ferreiros, carpinteiros, tecelões, costureiras e fiandeiras, que ocuparam 119 casas. Comerciantes interessados na venda de tecidos, colchas e cobertores em outras regiões incentivaram o cultivo de algodão e a produção caseira de tecidos.

A partir de 1777, a Vila de Itu cresceu devido aos negócios de exportação de açúcar para a Europa. O número de engenhos de cana e de escravos vindos da África aumentou significativamente.

No período de 1785 a 1792, foram abertas ruas paralelas que desciam pelas encostas do espigão, incluindo seus prolongamentos em direção à Igreja do Patrocínio, que foi inaugurada em 1819. Finalmente, em 1811, a Comarca de Itu foi estabelecida.

Escreva a história da sua família numa cidade com mais de 400 anos.

Apesar de histórica, Itu é uma cidade em expansão com uma vasta infraestrutura e classificada como estância turística!

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Por meio da Lei Provincial de 5 de fevereiro de 1842, a Vila de Itu foi promovida à categoria de cidade. Nesse momento, contava com aproximadamente 800 casas.

A partir de 1850 e durante os anos seguintes, Itu desfrutou do status de cidade mais próspera da Província de São Paulo, exercendo influência significativa na esfera política e econômica. Entretanto, em 1860, o mercado internacional do açúcar enfrentou uma grave crise.

A cultura da cana entrou em declínio, desencadeando um conflito entre os políticos e fazendeiros de Itu e o Governo Imperial. Durante esse período, cresceu na cidade o Movimento Republicano, culminando em 1873 na realização da Primeira Convenção Republicana do país. Isso marcou o início da propaganda republicana e a fundação do Partido Republicano Paulista. Por esse motivo, Itu é reconhecida como o “Berço da República”.

O cultivo de café gradualmente substituiu a produção de açúcar. Com o aumento da produção cafeeira, os fazendeiros buscaram imigrantes na Europa para suprir a mão de obra outrora escrava.

Desde que o tráfico havia sido proibido em 1850 e a escravatura abolida em 1888, o governo republicano, instaurado em 1889, apoiou a vinda de milhares de imigrantes para Itu, sendo a maioria deles italianos. Nesse período, a cidade já contava com cerca de 1.800 casas.

Império

No ano de 1822, a cidade de Itu recebeu o título de “Fidelíssima” do imperador Dom Pedro I em reconhecimento à sua posição favorável à independência do Brasil.

A partir dos registros populacionais de 1836, é evidente que os grandes engenhos de Itu também mantinham considerável produção de milho. É notável que boa parte desse milho fosse cultivada nas próprias propriedades açucareiras.

A título de ilustração, o exemplo de João Tibiriçá, um lavrador residente no quarteirão três do distrito de Indaiatuba, destaca-se. Em sua fazenda, possuía um plantel de 84 escravos, o maior da vila.

Em 1836, sua propriedade produziu 3.000 arrobas de açúcar, além de possuir 1.000 alqueires de milho, 300 alqueires de feijão e 80 alqueires de arroz. O caso de João Tibiriçá exemplifica as grandes fazendas de Itu, que, apesar de terem plantéis extensos de escravos e alta produção de açúcar, também destinavam vastas áreas para a produção de alimentos.

Notavelmente, esses alimentos não se destinavam apenas ao consumo interno, o que sugere a existência de um elaborado comércio de produtos alimentares.

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Século XX

Até o ano de 1935, o café serviu como a base econômica do município, atingindo o auge de sua produção nesse ano, mas posteriormente enfrentando declínio devido à competição de outras regiões de cultivo e ao esgotamento das terras locais. No período de 1935 a 1950, o crescimento de Itu foi limitado, estendendo-se apenas dentro das áreas já ocupadas.

A partir de 1950, o município testemunhou a chegada de novas indústrias, com destaque para as cerâmicas. Esse período também registrou uma migração expressiva da zona rural para o trabalho nas fábricas.

Com a abertura de diversos loteamentos na periferia, a cidade começou novamente a expandir. No entanto, Itu já não detinha o mesmo nível de relevância de tempos passados, uma vez que estava sob a influência da capital do estado, que já havia se tornado uma metrópole.

O centro histórico, um legado cultural significativo da época colonial, representa a herança mais notável e importante. Esse núcleo urbano antigo passou por uma transformação, tornando-se uma área de relevância histórica e comercial. A partir da década de 1970, com a construção da rodovia Castelo Branco, novas indústrias escolheram Itu para se instalar, com ênfase nas regiões adjacentes às vias de acesso.